quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pequenas Grandes Coisas

Um "bom dia" retribuído.
Um abraço mais longo e apertado que o normal.
Uma música que toca na rádio bem na hora em que você estava pensando nela.
Uma pessoa que vai te visitar no seu escritório de surpresa, só pra bater um papo.
Uma revoada de pássaros que cruza o céu enquanto você espera seu ônibus naquela rua barulhenta.

Em quê essas coisas fazem sentido?

Para muitos, a vida é por demais corrida.
As pessoas acordam cedo, correm pro trabalho ou para a escola, se deparam com uma pilha de assuntos importantes para resolver ou matérias para estudar, se encontram rodeadas de pessoas interessantes ou simpáticas, fúteis ou ignorantes, e são obrigadas a conviver com elas, daí chega o fim do expediente e as pessoas finalmente podem voltar para casa, mas não sem antes enfrentarem o trânsito cada vez mais caótico das cidades grandes, onde os engarrafamentos se tornam uma surpresa quando NÃO acontecem, e com isso estas pessoas que chegariam em casa às 20hrs, acabam por chegar às 22hrs, totalmente estressadas e sem paciência de jantar à mesa com suas famílias, sendo que muitas vezes elas ainda têm que lidar com os seus filhos pequenos e mimados, ou que são aborresc.. err, adolescentes, que brigaram com a namorada ou que querem se rebelar por qualquer motivo (isso quando os problemas não envolvem drogas e bebidas), não restando então para estas pessoas alívio maior que enfiar a cabeça no travesseiro, de certo já na madrugada, para que no outro dia todo esse turbilhão de caos talvez volte a atormentá-las.

Ufa!
A vida realmente pode ser um inferno, mas todos os dias a vida, estando ou não nesse ritmo acelerado, nos dá a chance de, pelo menos por um breve momento, saírmos desse amontoado de perturbações, ou até mesmo de um marasmo incurável. Ela nos dá essa chance por meio das pequenas coisas, dos pequenos gestos, dos pequenos detalhes. Às vezes você sai pra almoçar com um amigo, e lamenta o fato de não poder ir em um evento pago do fim de semana, por falta de dinheiro. Daí o assunto muda, vocês voltam pro trabalho, passam em frente àquela banca de revistas que vende os ingressos pro tal evento, e qual não é a sua surpresa quando seu amigo para na banca e compra os ingressos pra você, dessa forma inesperada mesmo, sem pedir nada em troca?! O dia continua, o céu ganha tons de cinza escuro, cai um temporal daqueles, a rotina no trabalho suga todas as suas forças e, bem no fim da tarde, quando você se prepara para ir embora, já com o guarda-chuva em mãos, cabisbaixo, a chuva para, o sol volta a reinar absoluto (mesmo fraco) no céu azul que se abre, e o arco-íris também faz questão de aparecer!

São pequenas coisas que, quando devidamente percebidas por nós, têm o poder de fazer o tempo parar, por breves segundos, ou até mesmo por minutos. São detalhes e gestos que, por serem tão surpreendentes, nos dão a chance de olharmos pra vida com outro olhar, um olhar mais generoso, mais tenro. São momentos que, quando apreciados por nós, têm o poder de, inclusive, suavizar o efeito do turbilhão de caos que pode insistir em nos derrubar, até porque, quando olhamos pra vida com um olhar mais suave e otimista, temos mais capacidade de resolver até o pior dos nossos problemas. E é aí que percebemos em quê estas pequenas coisas fazem sentido.

Eu sou um verdadeiro admirador destes pequenos detalhes. Triste daquele que não os aprecia.
Nunca é tarde para adotar este hábito. Passe a observar também estes pequenos grandes gestos, no seu dia-a-dia, e passe a perceber como, mesmo com todos os problemas, vale a pena sim, curtir a vida.

Afinal, "como não ser feliz, quando se atenta às pequenas coisas da vida?" ;)

domingo, 25 de julho de 2010

Infância - Video Games

Primeiramente, quero agradecer a todos que estão dando uma força a este blog, acessando, comentando, ou acessando e se desapontando. Muito obrigado! Continuo a contar com a força de vocês! Por favor, leiam os textos até o final, e compartilhem com este espaço as suas memórias e experiências, em forma de comentário. Eu ficaria muito grato =)



-- Este é o primeiro de uma série de textos com a temática "infância". Eles não serão consecutivos, mas, através do título, será fácil de identificar quando eu voltar a tratar deste tema. --

Uma sexta-feira qualquer. Ano de 1996.
Como toda criança de 10 anos, saio do colégio com aquela expectativa: chegou o fim de semana! Não era uma expectativa do tipo: "ah chegou o fim de semana, vou sair, vou na festa tal, vou ficar com aquela menina..." não, nada disso. Na minha cabeça eu pensava assim: "chegou o fim de semana, VOU JOGAR VIDEO GAME!" Só isso, simples. Quer dizer, nem tão simples. Minha mãe escondia meu video game quando eu era pequeno (só o console; cabos e controles não), pra que eu não desviasse minha atenção dos estudos, e só liberava o aparelho nas férias, portanto, toda essa euforia durava meros segundos. Algo do tipo: "chegou o fim de semana, VOU JOGAR VID.. ah é, minha mãe guardou o Super Nintendo..." Só me restava então brincar de outras coisas; jogar Mario e Donkey Kong, no fim de semana inteiro, nem pensar.

A "mágica" acontecia quando minha mãe tinha algum compromisso marcado, e me deixava sozinho em casa.

Bastava eu ouvir o barulho do portão sendo fechado, pra correr pro quarto dela, a procura do Super Nintendo. "Ahh agora que minha mãe saiu eu posso jogar um pouquinho, se eu achar o video game! Até ela chegar e entrar em casa eu já o guardei de novo e ela nem vai perceber hihihi!" (tá.. eu não ria assim). O mais bacana era que minha mãe sempre escondia o video game no lugar mais óbvio do guarda-roupa dela, logo, eu sempre o encontrava e, pelo menos na tarde de sexta, a jogatina era garantida! Provavelmente eu nunca me empolguei tanto jogando video game como nesta época, e o bom é que minha mãe raramente me dava bronca por essas travessuras. Eu acabava passando alguns fins de semana inteiros jogando (pra depois ela esconder o aparelho de novo no lugar óbvio, daí eu o encontrava novamente no fim de semana seguinte e por aí vai).

Se tem uma coisa que marcou MESMO a minha infância, foram os video games. O que eu conto aqui não representa nem 1% das minhas memórias.

Comecei a jogar muito novo, com uns 4 anos, depois de ganhar de presente do meu pai um clone do Nintendinho, com alguns cartuchos. Nesta época eu não tinha muita noção das coisas, então eu saía jogando tudo o que tinha pela frente, de qualquer jeito, sozinho ou com meu primo (quer ver? http://www.youtube.com/watch?v=1FZZAXu-2ws). Depois que ganhei o Super Nintendo, já com 9 anos, é que passei a aproveitar da melhor forma possível tudo o que o video game proporcionava, sabendo escolher melhor os jogos que eu queria e trocando jogos com amigos. É claro que eu também curtia outras coisas, como brincar na rua ou ver desenhos na TV, mas jogar video game já era uma paixão, principalmente nas férias, onde eu e meu primo jogávamos durante horas e horas seguidas os mais variados jogos (Super Mario Bros., Mario Kart, Contra 3, Donkey Kong, F-Zero, Megaman, Super Street Fighter 2... xii, a lista é muito grande!).

A lista dos jogos que eu jogava é enorme, mas é claro que eu não tinha todos eles, nem meus amigos. Devido a isso, éramos presença constante nas locadoras daqui do bairro, na busca daquele jogo "que vimos o fulano jogar" ou "que o ciclano não quis nos emprestar", e como tínhamos que entregar o cartucho dias depois da locação, nós aproveitávamos o jogo ao máximo nesse curto espaço de tempo, e isso era bastante recompensador. É, sem dúvida, um registro muito bacana da minha infância, e que a gente não vê mais acontecendo nos dias de hoje, dada a facilidade com que as crianças adquirem jogos, seja pela internet ou pirateados.

Enfim, as lembranças são muitas heh.
O fato é que eu jogo video games até hoje e acredito que nunca vou deixar de jogar. Tenho um XBox 360, almejo um Playstation 3, e curto demais jogos com gráficos em alta definição, com temáticas adultas e etc., porém, sou apaixonado por esses jogos clássicos que eu jogava quando era moleque, e nada vai apagar todas as memórias que tenho da época em que eu realmente CURTIA os video games, da forma mais simples e prazeirosa possível. Inclusive, tenho planos de adquirir um Nintendinho, meu Super Nintendo está na ativa até hoje, e no meu Playstation Portable, o que eu mais jogo são emuladores dos jogos antigos!

Fico pensando se as crianças de hoje, frente à tantas facilidades e opções, aproveitam a infância tanto quanto nós aproveitávamos. Eu, com segurança posso dizer que fui uma criança que aproveitou esta época da melhor forma possível, e os video games ajudaram a construir esta história.

Sorte minha!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Por quê?

Cof cof cof.. tosse chata u.u

Por que uma pessoa cria um blog?
Já faz um tempo que eu sinto vontade de criar um blog, um espaço para dividir minhas ideias com, sei lá, o mundo todo (ou pelo menos com o mundo todo que fala Português). Acredito que, em um blog, conseguimos transmitir aquilo que realmente queremos, na magnitude que quisermos, algo que não acontece por exemplo no Twitter, com seus limitados caracteres (vale ressaltar, porém, que gosto muito da proposta do site).

"Beleza Joe, você acaba de responder à pergunta feita por você mesmo."

Então faço outra pergunta: por que as pessoas gostam tanto assim de dividir suas ideias com outras pessoas?
Eu mesmo, estou criando este blog tendo a certeza de que provavelmente só uma meia dúzia de pessoas vai ler o que eu estou escrevendo. Dessa meia dúzia de pessoas, umas duas devem comentar algo no final do texto. Ou seja, pode até ser que eu esteja dividindo minhas ideias com os outros, mas se o alcance disso é curto, qual é o propósito? A verdade é que o simples fato de expor ideias, pensamentos e ideais, já se configura como uma proposta interessante. Não importa muito se uma grande quantidade de pessoas vai ler meus textos (mentira.. importa sim, e eu espero que este blog seja bem frequentado no futuro), mas o fato de ter um espaço pra despejar tudo aquilo que perturba ou polui ou massageia ou exercita sua mente é algo bastante agradável.

"Que esperto Joe. Respondeu de novo sua própria pergunta."

Então por que é tão agradável?
Por que é tão agradável sair digitando tudo aquilo que surge na sua mente, em forma de texto, em uma "folha" em branco? Por que o simples fato de escrever faz tão bem? Na escola, é natural você ter preguiça de copiar aquela matéria chata que o professor está passando no quadro negro (branco, sei lá), mas ao escrever uma carta para um amigo ou para a namorada (que pena se você acha isso cafona..), ao escrever uma história bolada por você, ou ao simples fato de escrever "qualquer coisa sobre sua quarta-feira" em um blog, a sensação que se tem é que você tem o controle sobre seus pensamentos, sobre aquilo em que você acredita. É a pura e simples sensação de prazer, de satisfação em fazer algo. É uma sensação disfarçada (ou não) de liberdade, e, sejamos sinceros, se sentir livre é um dos maiores prazeres do ser humano.

"u.u de novo..."

É eu sei, parece simples explicar os motivos que fazem uma pessoa divulgar suas ideias, seja em um blog, Fotolog, Twitter, nos vlogs.. a exposição de ideias remonta os tempos antigos, onde, inclusive, pessoas eram julgadas, torturadas e até mortas por revelar e defender um pensamento (... tempos antigos?), mas, mais fascinante que o desejo por dividir ideias, é o desejo por compartilhar dessas ideias. Tão bacana quanto dividir um pensamento, uma opinião, é ter acesso a opinião de outra pessoa e ver que esta opinião bate com a nossa, se amolda ao nosso jeito de pensar, de ser. Tão curioso quanto falar sobre determinado assunto é ter a curiosidade de saber o que o outro pensa, no que o outro acredita, e a partir daí nos tornamos defensores ferrenhos daquela pessoa que defende justamente aquilo que você também defende e sabe-se lá quais outras atitudes mais uma pessoa pode tomar por acreditar que aquilo que o outro pensa é o certo. Em resumo, tão fascinante quanto dividir ideias, como eu já disse, é o fato de que nós podemos também compartilhar de outras ideias.

E aí eu deixo a bola pra vocês: por quê?

[beijos, em especial, para a Dana. ;** ]