quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Votocomciência!

Prestes a decidirmos o futuro de nosso país mais uma vez, uma pergunta simples, mas ao mesmo tempo complexa, está presente em variadas rodas de conversa, por todo o Brasil:

"E aí, em quem você vai votar?"


Nós brasileiros provavelmente ainda não temos noção do quão importante é o ato de votar, na atual democracia do país, este que goza de uma liberdade de imprensa quase plena, e de um acesso à informação bastante difundido. Em tempos não muito distantes de ditadura, o voto livre para homens e mulheres era, no máximo, um sonho lindo, residente nos corações do povo. Ao nos livrarmos das amarras ditatoriais, depois de muita luta, este sonho lindo se tornou, enfim, real, e nós conquistamos o direito não só de votar, mas também de decidir quais das nossas vontades e necessidades iríamos ver realizadas e atendidas no país. Conquistamos o direito de pesquisar, saber mais sobre aqueles que escolheríamos para nos representar. Mudar os rumos do Brasil, agora, era uma escolha que passaria primeiro por nossas mãos. Isso mesmo, sem utopia alguma.

Mesmo com todos estes pontos favoráveis ao voto (pontos que são vários e vão além dos citados por mim), não é difícil perceber que a maioria da população simplesmente não dá a mínima para o exercício deste direito, ou então acham "chato demais" todo esse processo eleitoral. Uma sociedade que tem nas mãos o poder de "mandar" no país, não gosta muito de possuir este privilégio, e é justamente nesse "mandar" entre aspas, que encontramos a resposta para tamanho desinteresse.

Como se não bastasse um desapego natural da população a respeito das questões políticas, a sociedade brasileira não confia mais naqueles que podem lhe representar, e esta confiança perdida é facilmente justificável. O golpe de Fernando Collor, a tragédia do mensalão, dinheiro na cueca, na meia, na bunda, quebra de sigilo, tráfico de influências.. todos esses escândalos (mais muitos outros), que foram altamente divulgados pela imprensa em suas respectivas épocas, contribuíram para que os brasileiros fossem deixando de confiar cada vez mais nos políticos, nos partidos, e na política em geral. O povo passou a perceber que, na verdade, o voto dele não tinha valor nenhum, e que eles não mandavam em coisa alguma no Brasil, já que votavam em um candidato que, por exemplo, prometia estradas e hospitais, mas ao chegar em Brasília se preocupava mais em encher os bolsos de dinheiro público ou de nomear parentes para cargos do governo. A população, que já era desinteressada a respeito da política (o que culminou, de certo, com a eleição de vários políticos corruptos), deixou de lado ainda mais toda esta questão, principalmente em épocas eleitorais, enxergando falcatruas em todos os políticos, desde o candidato a presidente até o vereador. Aquele candidato realmente honesto e que possui de verdade boas propostas, acaba sendo o mais atacado, o mais taxado de falso ou mentiroso. Em resumo, nenhum deles presta, aos olhos das pessoas.

Toda esta descrença embaça nossos sentidos, em uma época de eleição como esta que estamos vivenciando. No âmbito presidencial, há o candidato que se espelha no governo anterior e é, de certa forma, "fabricado" por este governo, há o candidado cheio de propostas maravilhosas, mas que não transmite confiança, há o candidato que tem boas propostas, mas parece não ter pulso firme pra comandar um país, e há o candidato fanfarrão, isso sem mencionar os candidatos a governador e senador. Entre os deputados, há o palhaço, o costureiro ladrão, a mulher fruta, o jogador de futebol, o ex-lutador de boxe, e, no meio deles todos, um ou dois candidatos "sérios". Fica difícil tomar qualquer decisão frente a um quadro político tão desanimador, mas é justamente neste momento que devemos nos lembrar que, com um pouco de dedicação na hora de conhecer os candidatos e com um pouco de pesquisa, de análise e de estudo sobre suas propostas e ideias, é possível "separar o joio do trigo", ou seja, é possível detectarmos aqueles políticos que sim, sentimos que estão sendo sinceros, que têm propostas coerentes, que têm paixão pela política e que sim, podem mudar o Brasil da forma que nós desejamos, ou podem chegar bem perto disso. O poder que temos nas mãos é grande demais para assimilarmos, e é por termos esta certeza que devemos levantar a cabeça para decidir nosso futuro da melhor forma possível. Com um pouco de esforço, em época de eleição, é possível resgatar aquela esperança que um dia sentimos, esperança de ajudarmos a construir uma política sólida, e que realmente transforme o Brasil.

Este esforço e esta esperança não serão em vão, caso os escândalos continuem, afinal, pelo menos teremos feito a nossa parte. Vote consciente! Vote com ciência! Vote, com consciência!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O MELHOR dia dos nossos dias.

Depois de enfrentar problemas (ainda não resolvidos) no meu computador e perceber que sem ele eu DEFINITIVAMENTE não vivo, tentarei voltar a postar por aqui com a frequência de antes. Agradeço (muito^^) àqueles que sentiram falta das atualizações. =)

Este texto foi quase todo escrito sem nenhum espaçamento, propositalmente.


07:15 da manhã.
Após o despertador do seu celular tocar incessantes vezes, você acorda, meio indisposto, uma vez que, mesmo sabendo que iria inverter seu horário de trabalho neste dia, ficou mexendo no computador até tarde na noite anterior e teve pouco mais de quatro horas de sono.
Troca de roupa ainda com os olhos meio fechados, e, ao abrir a janela do quarto, percebe o sol brilhando intensamente lá fora. É.. será mais um dia bonito, quente e abafado, e você detesta dias quentes e abafados (dias bonitos você ainda não detesta).
Como acordou um pouco mais tarde que o previsto, não vai dar tempo de tomar café... mas dá tempo de passar o olho no Twitter antes de sair de casa, ah, isso dá.
"Tá de boa, eu tomo café no Centro".. com esse pensamento, você sai de casa.
Sai, e agora sente na pele como o sol já está forte, logo da manhã. E a musiquinha do despertador do seu celular ainda está martelando na sua cabeça.
08:15 da manhã.
O ônibus, pontualmente atrasado, passa no ponto e você dá a sorte de achar um lugar pra sentar, porém, quando percebe que este lugar é do lado do ônibus onde bate o sol forte, já começa a acreditar no azar. A musiquinha do celular que ronda sua mente dá lugar às conversas das pessoas do coletivo, conversas estas que, via de regra, sempre estão em volume alto. A viagem parece não terminar.... por fim, termina. Termina na estação do metrô, onde mais uma viagem te aguarda. De súbito, bate a fome, só que você se tranquiliza ao saber que vai tomar café da manhã ao chegar ao Centro. Na esperança de que seu pai, que te acompanha, pague sua passagem, você se vê pagando a sua passagem e a dele também, algo inesperado, mas a pressa de entrar no veículo toma conta do seu ser e te impede de "curtir" a surpresa. O metrô, meio de transporte rápido e moderno, começa a deslizar pelos trilhos como uma tartaruga sob efeito de calmantes, e isso era a coisa que você mais queria que acontecesse, no seu trajeto pro trabalho. Como se não bastasse a lentidão do metrô, o mesmo insiste em parar diversas vezes fora das estações, dobrando o tempo da viagem. Nesta hora, você começa a se arrepender de não ter tomado o outro ônibus, que, apesar de enfrentar o clássico engarrafamento das manhãs de Belo Horizonte, pelo menos iria direto ao Centro.
09:15 da manhã.
A porta do metrô se abre e você sai trombando no mar de gente que surge na sua frente, correndo mais do que suas pernas aguentam pra tentar vencer o atraso que, se antes era culpa exclusivamente sua por ter acordado um pouco mais tarde, agora é culpa também do metrô com as engrenagens enferrujadas. Graças a Deus a capital mineira é lotada de semáforos para atrasar ainda mais a sua vida (e graças a Deus existe a ironia). Você olha pro relógio e é obrigado a aceitar que não vai mais poder tomar café da manhã no Centro, e a fome afunda cada vez mais a sua barriga para as costas. Duas horas apenas se passaram, mas você já está cansado mentalmente, já está desanimado para o trabalho, está morto de fome, não sabe a hora que vai poder comer algo, e já está nervoso por uma porção de coisas. Duas horas apenas se passaram, um emaranhado de coisas chatas já aconteceram, e só por saber que ainda há um dia inteiro pela frente você já se desesperaria...

... mas não hoje. Hoje é sexta-feira!!
Tudo se aceita, tudo se perdoa. Hoje é só alegria! =)