domingo, 10 de outubro de 2010

Infância - Brincadeiras

Todo sábado de manhã, a história se repetia.


Eu acordava, geralmente cedo (acostumado com o horário do colégio), lavava o rosto, escovava os dentes, e saía pra rua (é, não tomava café). Eu já ia dormir na sexta-feira meio eufórico heh, afinal, não tinha tempo pra brincar durante a semana, então o sábado era "o dia mais esperado de todos os tempos daquela semana" (éé, Titãs é uma banda legal =p http://www.youtube.com/watch?v=QNIk7DXQUds). Algumas vezes os desenhos das manhãs do SBT me prendiam na cama por algum tempo, mas mesmo assim não deixava de sair na rua. Ficava sentado no portão da minha casa, vendo o fraco movimento na rua, e esperando.. esperando algum dos meus amigos aparecer, pra que a gente pudesse esperar outros aparecerem. Quando juntavam uns cinco (sim, todos tinham esse mesmo "ritual" de acordar cedo e sair na rua), era a hora de definir: quem mais está faltando? E do que que a gente vai brincar?

Video game?
Computador?
Jogar na internet?
Não não.. nenhuma dessas opções passava pela nossa cabeça heh. Confesso que "video game" muitas vezes passava sim, mas mais no final do dia, quando a gente já estivesse cansado fisicamente mesmo, cansado de brincar. E brincar de quê? Hoje em dia os garotos geralmente brincam com essas opções que eu citei, muitas vezes sozinhos, mas na minha época de criança, as brincadeiras eram BEM mais simples, e EXTREMAMENTE prazeirosas!

Durante muitos e muitos sábados da minha infância, o LEGO reinou absoluto. A gente se reunia na frente do portão da casa daquele amigo que tinha o "baldão" de LEGO (geralmente em todos os sábados se reuniam sempre as mesmas pessoas), decidíamos em qual casa iríamos brincar, e pronto: até o fim da tarde o LEGO dava formas a um Seiya, ou um Hyoga, talvez um Yusuke, um Ryu ou Ken, enfim, o desenho que a gente escolhesse tomava forma naquelas peças.. e caramba, COMO ERA DIVERTIDO! Era o dia inteiro sem querer jogar video game, sem nem ter noção do que era um computador ou uma internet, sem querer fazer mais nada além de criar "lutinhas" com todos aqueles bonecos com uma carinha feliz, típica dos LEGOS heh. Infelizmente, em alguns sábados, o amigo que tinha o LEGO tinha um compromisso... mas o leque de opções para brincar, nesses casos, era imenso!

Amarelinha
Mundo
Queimada
Jogo da Vida
Banco Imobiliário
Pique-esconde
Pega Pega
Brincar de Escola
Adedanha
Brincar de Mímica
Pular Corda
Rouba Bandeira
Bolinha de Gude
Truco
Pif Paf
Brincar de Carrinho (às vezes com toras de madeira)
Power Ranger
Brincar de Lutinha
Cavaleiros do Zodíaco (com armaduras feitas por nós mesmos, de papelão)
Lutinhas com Bonequinhos de Cavaleiros do Zodíaco ou Samurai Warriors
Escalada no Muro
Basquete na Lixeira
Cai no Poço
Passa Anel
.. e muitas outras opções!

Listei todas as brincadeiras uma embaixo da outra propositalmente, pra dar essa sensação de quantidade mesmo. Tudo pra gente era festa naquele tempo, isso quando a gente não decidia comprar figurinhas no temido bairro vizinho (temido porque teríamos que atravessar ruas, conversar com estranhos.. éramos crianças afinal heh), ou quando decidíamos passar a tarde toda na locadora do nosso bairro (ou na do temido bairro vizinho) vendo as capas dos filmes VHS ou dos cartuchos de Super Nintendo e Nintendinho. Na minha época de criança, nós REALMENTE BRINCÁVAMOS com nossos amigos, nós REALMENTE ÉRAMOS CRIANÇAS, talvez na forma mais plena, e, apesar de dizer isso com muito orgulho, digo também com um sentimento de incômodo, porque vejo uma grande parte das crianças de hoje muito solitárias, crescendo rápido demais por culpa da internet, perdendo a inocência ainda sendo crianças, se envolvendo com o mundo dos adultos em um momento errado.

É claro que naquela época se brincava de video game tanto como hoje, mas a impressão que dá é de que as crianças de hoje só têm o video game ou o computador como opção para passarem o tempo. Elas brincam com brinquedos "de criança" ou até mesmo brincam na rua em brincadeiras "de criança", mas uma vez ou outra; a gente vê isso acontecer cada vez menos, o que é triste. O mundo vai se tornando cada vez mais tecnológico para os adultos e para as crianças, e elas acabam perdendo a oportunidade de se divertirem com coisas simples, com um rabisco no asfalto da rua de casa, com um simples pedaço de elástico, e, dependendo da educação dessas crianças e da forma com que elas mantém (ou não) contato com outras crianças, todo esse processo contribui para que elas não se desenvolvam da forma correta, o que, certamente, as prejudicarão no futuro. Vou querer sim que meu(s) filho(s) cresça(m) jogando video game como eu cresci, e antenado(s) nas novidades tecnológicas como eu cresci, mas tentarei inserir na rotina dele(s) essas brincadeiras que me ajudaram a ser o que sou hoje e que, se por um lado são simplórias e perderam seu valor hoje, por outro são as que realmente têm o poder de fazer com que o menino ou a menina, de fato sejam "menino" e "menina".

Datas como o dia 12 de outubro nos inspira para falar da nossa infância heh. E é em datas como essa que nós adultos percebemos que, dia da criança só tem graça mesmo, quando a gente é criança =| =)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Votocomciência!

Prestes a decidirmos o futuro de nosso país mais uma vez, uma pergunta simples, mas ao mesmo tempo complexa, está presente em variadas rodas de conversa, por todo o Brasil:

"E aí, em quem você vai votar?"


Nós brasileiros provavelmente ainda não temos noção do quão importante é o ato de votar, na atual democracia do país, este que goza de uma liberdade de imprensa quase plena, e de um acesso à informação bastante difundido. Em tempos não muito distantes de ditadura, o voto livre para homens e mulheres era, no máximo, um sonho lindo, residente nos corações do povo. Ao nos livrarmos das amarras ditatoriais, depois de muita luta, este sonho lindo se tornou, enfim, real, e nós conquistamos o direito não só de votar, mas também de decidir quais das nossas vontades e necessidades iríamos ver realizadas e atendidas no país. Conquistamos o direito de pesquisar, saber mais sobre aqueles que escolheríamos para nos representar. Mudar os rumos do Brasil, agora, era uma escolha que passaria primeiro por nossas mãos. Isso mesmo, sem utopia alguma.

Mesmo com todos estes pontos favoráveis ao voto (pontos que são vários e vão além dos citados por mim), não é difícil perceber que a maioria da população simplesmente não dá a mínima para o exercício deste direito, ou então acham "chato demais" todo esse processo eleitoral. Uma sociedade que tem nas mãos o poder de "mandar" no país, não gosta muito de possuir este privilégio, e é justamente nesse "mandar" entre aspas, que encontramos a resposta para tamanho desinteresse.

Como se não bastasse um desapego natural da população a respeito das questões políticas, a sociedade brasileira não confia mais naqueles que podem lhe representar, e esta confiança perdida é facilmente justificável. O golpe de Fernando Collor, a tragédia do mensalão, dinheiro na cueca, na meia, na bunda, quebra de sigilo, tráfico de influências.. todos esses escândalos (mais muitos outros), que foram altamente divulgados pela imprensa em suas respectivas épocas, contribuíram para que os brasileiros fossem deixando de confiar cada vez mais nos políticos, nos partidos, e na política em geral. O povo passou a perceber que, na verdade, o voto dele não tinha valor nenhum, e que eles não mandavam em coisa alguma no Brasil, já que votavam em um candidato que, por exemplo, prometia estradas e hospitais, mas ao chegar em Brasília se preocupava mais em encher os bolsos de dinheiro público ou de nomear parentes para cargos do governo. A população, que já era desinteressada a respeito da política (o que culminou, de certo, com a eleição de vários políticos corruptos), deixou de lado ainda mais toda esta questão, principalmente em épocas eleitorais, enxergando falcatruas em todos os políticos, desde o candidato a presidente até o vereador. Aquele candidato realmente honesto e que possui de verdade boas propostas, acaba sendo o mais atacado, o mais taxado de falso ou mentiroso. Em resumo, nenhum deles presta, aos olhos das pessoas.

Toda esta descrença embaça nossos sentidos, em uma época de eleição como esta que estamos vivenciando. No âmbito presidencial, há o candidato que se espelha no governo anterior e é, de certa forma, "fabricado" por este governo, há o candidado cheio de propostas maravilhosas, mas que não transmite confiança, há o candidato que tem boas propostas, mas parece não ter pulso firme pra comandar um país, e há o candidato fanfarrão, isso sem mencionar os candidatos a governador e senador. Entre os deputados, há o palhaço, o costureiro ladrão, a mulher fruta, o jogador de futebol, o ex-lutador de boxe, e, no meio deles todos, um ou dois candidatos "sérios". Fica difícil tomar qualquer decisão frente a um quadro político tão desanimador, mas é justamente neste momento que devemos nos lembrar que, com um pouco de dedicação na hora de conhecer os candidatos e com um pouco de pesquisa, de análise e de estudo sobre suas propostas e ideias, é possível "separar o joio do trigo", ou seja, é possível detectarmos aqueles políticos que sim, sentimos que estão sendo sinceros, que têm propostas coerentes, que têm paixão pela política e que sim, podem mudar o Brasil da forma que nós desejamos, ou podem chegar bem perto disso. O poder que temos nas mãos é grande demais para assimilarmos, e é por termos esta certeza que devemos levantar a cabeça para decidir nosso futuro da melhor forma possível. Com um pouco de esforço, em época de eleição, é possível resgatar aquela esperança que um dia sentimos, esperança de ajudarmos a construir uma política sólida, e que realmente transforme o Brasil.

Este esforço e esta esperança não serão em vão, caso os escândalos continuem, afinal, pelo menos teremos feito a nossa parte. Vote consciente! Vote com ciência! Vote, com consciência!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O MELHOR dia dos nossos dias.

Depois de enfrentar problemas (ainda não resolvidos) no meu computador e perceber que sem ele eu DEFINITIVAMENTE não vivo, tentarei voltar a postar por aqui com a frequência de antes. Agradeço (muito^^) àqueles que sentiram falta das atualizações. =)

Este texto foi quase todo escrito sem nenhum espaçamento, propositalmente.


07:15 da manhã.
Após o despertador do seu celular tocar incessantes vezes, você acorda, meio indisposto, uma vez que, mesmo sabendo que iria inverter seu horário de trabalho neste dia, ficou mexendo no computador até tarde na noite anterior e teve pouco mais de quatro horas de sono.
Troca de roupa ainda com os olhos meio fechados, e, ao abrir a janela do quarto, percebe o sol brilhando intensamente lá fora. É.. será mais um dia bonito, quente e abafado, e você detesta dias quentes e abafados (dias bonitos você ainda não detesta).
Como acordou um pouco mais tarde que o previsto, não vai dar tempo de tomar café... mas dá tempo de passar o olho no Twitter antes de sair de casa, ah, isso dá.
"Tá de boa, eu tomo café no Centro".. com esse pensamento, você sai de casa.
Sai, e agora sente na pele como o sol já está forte, logo da manhã. E a musiquinha do despertador do seu celular ainda está martelando na sua cabeça.
08:15 da manhã.
O ônibus, pontualmente atrasado, passa no ponto e você dá a sorte de achar um lugar pra sentar, porém, quando percebe que este lugar é do lado do ônibus onde bate o sol forte, já começa a acreditar no azar. A musiquinha do celular que ronda sua mente dá lugar às conversas das pessoas do coletivo, conversas estas que, via de regra, sempre estão em volume alto. A viagem parece não terminar.... por fim, termina. Termina na estação do metrô, onde mais uma viagem te aguarda. De súbito, bate a fome, só que você se tranquiliza ao saber que vai tomar café da manhã ao chegar ao Centro. Na esperança de que seu pai, que te acompanha, pague sua passagem, você se vê pagando a sua passagem e a dele também, algo inesperado, mas a pressa de entrar no veículo toma conta do seu ser e te impede de "curtir" a surpresa. O metrô, meio de transporte rápido e moderno, começa a deslizar pelos trilhos como uma tartaruga sob efeito de calmantes, e isso era a coisa que você mais queria que acontecesse, no seu trajeto pro trabalho. Como se não bastasse a lentidão do metrô, o mesmo insiste em parar diversas vezes fora das estações, dobrando o tempo da viagem. Nesta hora, você começa a se arrepender de não ter tomado o outro ônibus, que, apesar de enfrentar o clássico engarrafamento das manhãs de Belo Horizonte, pelo menos iria direto ao Centro.
09:15 da manhã.
A porta do metrô se abre e você sai trombando no mar de gente que surge na sua frente, correndo mais do que suas pernas aguentam pra tentar vencer o atraso que, se antes era culpa exclusivamente sua por ter acordado um pouco mais tarde, agora é culpa também do metrô com as engrenagens enferrujadas. Graças a Deus a capital mineira é lotada de semáforos para atrasar ainda mais a sua vida (e graças a Deus existe a ironia). Você olha pro relógio e é obrigado a aceitar que não vai mais poder tomar café da manhã no Centro, e a fome afunda cada vez mais a sua barriga para as costas. Duas horas apenas se passaram, mas você já está cansado mentalmente, já está desanimado para o trabalho, está morto de fome, não sabe a hora que vai poder comer algo, e já está nervoso por uma porção de coisas. Duas horas apenas se passaram, um emaranhado de coisas chatas já aconteceram, e só por saber que ainda há um dia inteiro pela frente você já se desesperaria...

... mas não hoje. Hoje é sexta-feira!!
Tudo se aceita, tudo se perdoa. Hoje é só alegria! =)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Two Thousand and Five

Hoje eu me dei conta de que, há cinco anos, eu tive o melhor ano de toda a minha vida.


Uma pessoa prestes a completar 24 anos, 288 meses, 8640 dias de vida, de certo já vivenciou muita coisa, já se alegrou diversas vezes e já se decepcionou ainda mais vezes, de certo passou por altos e baixos, cometeu muitos erros mas também aprendeu inúmeras lições, enfim, já escreveu em seu interior uma porção de histórias, agrupadas em doze meses, que completam um ano.

A cada ano a vida nos dá a chance de escrevermos a melhor das histórias.
Em 2005 eu consegui escrevê-la.. e não mais o fiz, nos anos posteriores.

Provavelmente a história mais bonita da minha vida se deu há cinco anos porque eu estava no auge dos meus dezoito anos de idade, onde tudo se mostrava uma grande novidade, onde as responsabilidades ainda não eram um fardo tão grande, onde a minha mente fervilhava na criação de planos pro futuro, ou ainda porque eu era rodeado de muitos amigos, bons amigos, todos com interesses semelhantes aos meus, todos de boa índole, a maioria deles confiáveis, todos interessados apenas em curtir, aproveitar o que a vida tinha de bom para nos oferecer. O ano em questão pode ter sido tão especial também por eu ter me apaixonado de uma forma que, até hoje, não mais aconteceu, não mais com a intensidade daquela época, fato que acabou gerando em mim uma das maiores dores que já senti no coração, mas com certeza até isso é motivo para eu valorizar tanto este ano que destaco aqui, nos dias atuais. Eu costumo superestimar grandes sofrimentos, pois sempre aprendemos muito com eles.

Não sei ao certo o motivo.
O que sei é que só hoje me dei conta de que, há cinco anos, eu era REALMENTE MUITO FELIZ, assim mesmo, em caixa alta, e não apenas "muito feliz" como sou hoje. Levo uma vida tranquila, ainda sou jovem, ainda tenho (poucos) bons amigos, tudo vai bem, mas não como naquela época. Posso ter tido momentos difíceis naqueles tempos, momentos que raramente tenho hoje, mas, no geral, tudo era incrível! As relações com as pessoas me animavam cada vez mais e eu vivia INTENSAMENTE a minha vida, coisa que eu acredito não estar sabendo fazer agora. Aquele modo de vida diferenciado, cheio de vigor e coisas novas, se torna uma lembrança ao invés de se repetir nos anos vindouros, e é somente em reflexões como estas é que percebemos como épode ser ruim termos BOAS lembranças dentro de nossos corações, afinal, por elas serem TÃO BOAS e por sabermos que elas não voltarão mais, nós sofremos. Boas lembranças também entristecem.

A cada ano a vida nos dá a chance de escrevermos a melhor das histórias.
Talvez eu consiga, no ano que vem, escrever uma história melhor que a de 2005. Talvez.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Vidro. Papel. Plástico. Metal. Pessoas.

No texto anterior eu expressei minha opinião sobre pessoas que tiram a vida de outras, por motivos torpes... mas o que dizer das pessoas que descartam amizades ou amores, jogam fora no lixo, geralmente sem motivo relevante, eliminando-os de suas vidas?

Você é uma destas pessoas?
Você já sofreu por causa destas pessoas?



Infelizmente vivemos em um mundo onde a maioria dos indivíduos se preocupa em olhar apenas para seu próprio umbigo. Eles estabelecem relações de amizade, amor, e companheirismo com outras pessoas, mas nunca deixam de priorizar os seus interesses pessoais, o que, de uma certa forma, é bom, desde que o egoísmo não se sobreponha a estas prioridades. Todas as relações humanas são passíveis de apresentarem problemas dos mais diversos: problemas de interação, de confiança, de compatibilidade de gênios, enfim, nenhuma relação humana é perfeita, muito menos nos dias de hoje, e ainda bem que não são, pois são as diferenças entre os seres humanos que mais nos dão chance de amadurecer e aprender. Frente a estas adversidades, a consideração e o afeto que se tem pela outra pessoa deveriam falar mais alto, o que certamente levaria ambos a encontrarem a solução perfeita para o embaraço.

Acontece que, para alguns, tais incompatibilidades se mostram como um grande muro a ser transponido, e eles simplesmente não estão dispostos a vencê-lo. Ao contrário disso, estas pessoas preferem eliminar este obstáculo de suas vidas, e consequentemente excluem de seu convívio aqueles que, até ontem, eram seus melhores amigos, seus parceiros de trabalho, pessoas que diziam amar. Às vezes, uma simples "raiva" ou "decepção" já é motivo para uma pessoa ignorar outra, como se ela nunca tivesse existido, como se elas não tivessem escrito uma história. Geralmente, tal desligamento se dá de forma abrupta, onde um ser humano se afasta do outro, seja lá por qual motivo, e nem dá à outra pessoa a chance de argumentar, de mostrar o seu ponto de vista, ou até mesmo de se defender, perdendo a oportunidade, inclusive, de explicar o motivo de seu afastamento, o motivo de seu desapontamento. Aquele amigo, aquele amor, em minutos se torna tão valioso quanto um copo descartável.

Há pessoas que se afastam de outras devido à distância, e desta maneira eu já perdi contato com bastante gente, isto é natural da vida. Também já tive problemas com algumas pessoas e decidi me afastar delas mas não sem antes expor os problemas, não sem antes explicar a situação, buscando uma solução que favorecesse ambas as partes. Nas circunstâncias deste texto, não levo em consideração afastamentos gerados por um grande sofrimento, pois cada pessoa tem o seu tempo certo para se recuperar, nestas situações. O que eu critico aqui são pessoas que simplesmente se desvinculam de outras do dia para a noite, se desvinculam de pessoas com quem tem um laço importante; critico pessoas que tratam as outras como objetos, que só lhe servem enquanto lhes é conveniente, sem falar daqueles que ensaiam uma boa postura diante da sociedade, uma postura solidária e imaculada, acabando por revelar toda sua hipocrisia ao adotar esse tipo de comportamento excludente para com seu próximo.

Uma grande variedade de pessoas passa por nossas vidas diariamente. Acredito que nunca agi desta forma com ninguém que conviveu comigo, muito menos com amigos muito próximos. Pensei muito antes de escrever este texto, afinal, não queria criticar um comportamento que talvez eu mesmo adotei em anos anteriores. Também tenho consciência de que ninguém é obrigado a gostar de ninguém, nem se manter próximo de ninguém, porém, quando uma pessoa estabelece uma relação de confiança com a outra, uma relação de amizade ou amor, o natural é que esta relação seja diferenciada, seja realmente especial, não se configurando apenas como "mais uma". As relações humanas, se bem cuidadas, poderiam salvar o planeta do caos, no entanto esta não é uma máxima do nosso mundo, e com isso a sociedade caminha cada vez mais para a auto destruição.

Atitudes tão infantis e lamentáveis acabam por revelar o caráter de alguém... ou a falta dele. Reflita.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A vida vale uma vida?

Um rapaz de 16 anos embarca em um ônibus com sua namorada, tromba em uma mulher com um bebê no colo, ouve reclamações dela, e um homem, alheio ao fato, entra na conversa. Os dois discutem, o homem se senta em seu lugar, faz um telefonema para alguém, e minutos depois o rapaz é morto por este alguém, que acabara de entrar no coletivo. Em uma outra cidade, um pai leva a sua família toda dentro de um carro e, por acidente, esbarra o mesmo em um outro veículo. Não bate, esbarra apenas. O motorista do carro atingido, furioso, persegue o carro da família, atirando sem parar, como naqueles filmes de ação. De repente, no banco de trás, um dos filhos do homem perseguido nota que fora baleado e chora. O pai, de súbito, para e sai do carro, no intuito de conversar com aquele que lhe persegue, mas não consegue dizer nada, recebendo uma chuva de tiros do motorista enfurecido ali mesmo, à luz do dia, na frente da família.

Estes fatos aconteceram no Brasil, e foram destaque nos jornais, semanas atrás.

Afinal de contas, quanto vale uma vida, nos dias de hoje?


Está se tornando comum nos noticiários vermos crimes sendo cometidos quase sem motivo algum, e tal fato "se tornar comum" é motivo de preocupação. Não se tem mais respeito pela vida, pela família, pelo indivíduo como sendo um indivíduo, não se tem mais respeito a nada. Aos delitos cometidos por marginais nós infelizmente já estamos acostumados, mas quando uma leva de crimes passa a acontecer e pessoas "comuns" estão envolvidas, como descrito acima, o que devemos pensar?

A sensação que paira no ar é a de que nossa liberdade, já tão cerceada por conta dos bandidos e da falta de segurança pública que é crônica em nosso país, está ainda mais restrita, mas a um ponto que não iremos suportar, afinal, qualquer pessoa ao seu redor pode se tornar um assassino em potencial. O rapaz que teve a infelicidade de esbarrar em uma mulher no ônibus foi morto por este motivo. O pai de família que arranhou o carro do outro motorista, apenas arranhou, perdeu a vida na frente dos filhos e da mulher. Isso sem mencionar os exemplos onde a pessoa queria apenas fazer o bem, ajudar, e recebeu tiros como agradecimento. O medo toma conta de nós até mesmo quando queremos fazer uma boa ação, quando queremos alertar alguém sobre qualquer coisa.

Se você está em uma farmácia e vê um homem jogando no chão um punhado de papéis, sendo que ao lado dele encontra-se uma lixeira enorme, você automaticamente pensa em pedir a ele que jogue o lixo na lixeira, até porque você foi bem educado e tem noções de preservação do meio ambiente, mas você acaba por não fazer nada, uma vez que, ao tomar esta atitude, a ignorância do ser humano a sua frente, que acabara de discutir com a balconista do estabelecimento por conta de 10 centavos, pode prevalecer e te presentear com uma bala na testa. Sim, eu passei por esta situação, quis muito alertar aquele homem sobre o ato grosseiro que ele estava executando, mas fui impedido por meu próprio medo de "morrer de graça".

Temos o costume de colocar a culpa no governo, diante tanto horror, mas sinceramente não sei se a impunidade seria o único motivo que leva essas pessoas a cometerem crimes tão banais, e também não sei enumerar todos ou mais motivos que expliquem essas barbáries. Vale lembrar que neste texto estamos falando de homicídios apenas; tantas são as demais barbaridades que o ser humano tem proporcionado à sociedade, que perderíamos uma vida inteira tratando deles. Eliminar aquele que te julgou mal, ou aquele que lhe causou algum dano, está se tornando rotineiro na mente de pessoas que eu não sei o que têm na cabeça e no coração. Parece que as pessoas querem brincar de Deus ao tirar estas vidas, mas Deus nunca se aproveitaria de critérios tão fúteis para tirar a vida de alguém. Enfim, não sei de nada, para minha infelicidade e desespero.


"Uma vida inteira"...
Nos dias de hoje, a ignorância de alguns tem, diariamente, encerrado vidas inteiras de muitos, em segundos. Talvez estejamos mesmo no fim dos tempos.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Mudanças

Você vai levando a sua vida numa boa, naquela rotina a qual já se acostumou, quando de repente: PÁ! Surge uma borracha e um lápis à sua frente, seja lá por qual motivo, indicando que é hora de mudar o ritmo, o rumo das coisas. Chega a hora de dar um novo desenho à sua vida, e é você mesmo que vai assumir o comando dos traços.

Quantas vezes você já se deparou, no susto, com esta situação?


Atenção! Isto é um desabafo em forma de texto. Heh.

As mudanças são várias, e em várias épocas de nossas vidas: mudança de colégio, de endereço, mudança de pensamento, de condição social, dentre outras. São mudanças naturais, quase automáticas, às quais você passa à medida que vai crescendo, e geralmente não é nada difícil passar por tais transformações (por seu caráter inerente ao ser humano). A grande questão fica por conta do momento em que você, já crescido, precisa mudar alguma situação na urgência, sem saber como fazê-lo e sem saber quais serão os resultados desta sua mudança. A insegurança que bate dentro da gente é absurda, você se sente sozinho e despreparado para assumir novos desafios, tendo receio de trocar aquilo que te proporciona conforto por algo desconhecido.

Eu estou passando por esta fase atualmente: estou mudando de emprego, por necessidade.
Estou trocando um emprego que me proporciona muitas coisas boas há mais de quatro anos, por algum outro onde eu possa ganhar mais. Parece simples. "Ah Joe, você tem 23 anos; não pode fazer de uma mera mudança de emprego um bicho de sete cabeças." Realmente não posso e não o farei. Acontece que, a medida em que você vai envelhecendo, ganhando idade, as responsabilidades passam a ter o peso triplicado sobre suas costas, logo, qualquer "decisãozinha" que precise ser tomada, com efeitos a longo prazo, você acaba transformando na "maior decisão da sua vida", onde a impressão que se tem é a de que você não pode errar na escolha, pois se errar já terá dado um passo que não mais voltará para trás. Quanto maior o seu "senso de responsabilidade", maior é a paranóia que se firma em sua cabeça, em um momento como esse.

Mudar, por vontade própria ou por pura necessidade, ao contrário do que a simplicidade do verbo parece querer demonstrar, não é algo tão banal assim, quando você se torna um adulto, mas é justamente nesse momento de incerteza e de medo que devemos nos lembrar da quantidade de coisas novas que podemos e iremos aprender, ao passarmos por estas mudanças. Mesmo se nos sentirmos insatisfeitos no início, ou mesmo se errarmos na escolha, a verdade é que temos uma chance de ouro de crescer ainda mais, quando sentimos a necessidade de mudar, ou quando precisamos mudar. Eu acredito muito nisso, e acreditar nisso tem me dado ânimo para encarar esta nova fase da minha vida. É no erro, e no "novo", que temos mais chance de nos tornarmos pessoas melhores, mais capazes.

Ao se deparar, então, com a posibilidade de mudar o rumo da sua vida, não se assuste. Erga a cabeça, e prepare-se para amadurecer. ;)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Smile. =)

Não, você não está sendo filmado heh, mas sorria!
Já passou pela sua cabeça que um sorriso pode ser a cura de seus males?


"Smile, though your heart is aching
Smile, even though it's breaking"

Eu admito que, na hora de tirar uma foto, eu não consigo sorrir; sempre sai aquele sorriso quadrado, forçado, um desastre. Nessas horas meu sorriso é uma negação, mas sorrisos espontâneos, daqueles que aparecem quando alguém te faz um elogio, ou quando você resgata aquele momento marcante (e bom!) da sua vida, esses sim, eu costumo expressar com frequência.. e como isso me faz bem!

Há pessoas que encontram dificuldade em sorrir, mas não ao tirarem fotos, como eu, e sim no cotidiano. Para elas, tudo está ruim, tudo é motivo de reclamação e insatisfação. É como se o universo delas fosse cinza escuro, onde nem uma chuva de balões de tinta consegue trazer alguma cor às suas vidas. Geralmente esssas pessoas são amarguradas, tristes por carregarem feridas ainda não cicatrizadas do passado, ou são pessoas que simplesmente gostam de reclamar de tudo mesmo, sem motivo algum. Elas não conseguem sorrir naturalmente, ou espontaneamente, e acreditam que não têm esta capacidade porque a vida não lhes dá motivo para sorrir. Ledo engano.

"Light up your face with gladness
Hide every trace of sadness
Although a tear may be ever so near"

A vida nos dá motivos pra sorrir a cada minuto, a cada instante (pequenos gestos ;D leram o texto "Pequenas Grandes Coisas" deste blog heh?), e muitas vezes, basta olharmos pra dentro de nós mesmos, para entendermos que sim, devemos sorrir, mesmo em momentos difíceis. Uma mãe que chora de saudade do seu filho que está no exterior deve sorrir, na certeza de seu retorno. Uma família que perdeu um ente querido deve sorrir, na certeza de que ele está em um lugar muito melhor do que este. Um indivíduo que perdeu tudo deve sorrir, na certeza de que tem forças ainda, para recomeçar. Você, leitor, deve estar aí pensando: "falar é fácil...". É claro que, diante de certos acontecimentos, esboçar um sorriso é impossível, porém o sofrimento e a angústia que tais fatos geram não acrescentam em nada no bem estar de alguém, logo, não podem se arrastar pro restante da vida desta pessoa.

"That's the time you must keep on trying
Smile, what's the use of crying?"

Frente a momentos difíceis, devemos buscar forças, e sorrir, certos de que podemos superar toda a dor que nos consome se continuarmos a olhar a vida com um olhar otimista. Na agitação do dia-a-dia, devemos dar um tempo para nós mesmos, refletir, e sorrir, certos de que somos saudáveis e temos tudo aquilo que queremos, ou estamos lutando para ter aquilo que não temos. Nesta vida, que é tão curta, devemos buscar o bem estar, devemos sorrir, para podermos encher de esperança o coração de uma pessoa desacreditada, quando esta vislumbra um sorriso nosso. Afinal, sejamos sinceros, todos nós admiramos um sorriso bonito, sincero, cheio de vida.

Então, simplesmente sorria. =)

"You'll find that life is still worthwhile, if you just smile."

(assista ao vídeo e ouça a letra desta bela música de Charles Chaplin, interpretada magistralmente pelo mito Michael Jackson: http://www.youtube.com/watch?v=kmw1yYRdDOM)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Bom dia! Eu te amo!

Você já deu "bom dia" para alguém hoje?
Se você é uma pessoa gentil, de certo já desejou "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite" para uma porção de pessoas. É natural do ser humano bem educado esse tipo de comportamento...

... mas e a expressão "eu te amo"?
Com que frequência você diz que ama alguém?


Assim como é normal desejarmos um bom dia para um colega de trabalho, para aquele fulano que entra no elevador, ou para a moça do caixa da farmácia, é de certa forma normal também dizermos "eu te amo" para os nossos pais, nossos irmãos, enfim, para nossos entes queridos, aqueles que realmente amamos e que sabemos que nos amam também. Quando você deseja um bom dia para alguém, muitas vezes você nem se preocupa se aquela pessoa vai mesmo ter um dia bom; você apenas está sendo cortês, e a pessoa que recebe o bom dia entende isso na hora que te deseja o mesmo de volta. Podemos dizer, inclusive, que o "bom dia", apesar de ser uma demonstração de gentileza e respeito, é uma expressão por demais corriqueira.

Acontece que a expressão "eu te amo" também está se tornando corriqueira, banal, para grande parte das pessoas (em especial para os fãs de determinados ídolos, e para grande parte das pessoas que se apaixonam por alguém).

Hoje em dia, um casal de namorados se apaixona e, em menos de uma semana de relacionamento, já declaram que se amam eternamente, sem nem ao menos ter o cuidado de entenderem qual o peso que a palavra "amor" tem, frente aos outros sentimentos. O mesmo acontece com adolescentes fãs de um cantor da moda ou de uma banda que tem sua música em voga nas rádios ou na internet. Elas (e por algumas vezes eles o.o) declaram amor a estas personalidades de forma doentia, esquizofrênica, e o pior de tudo é que não são amadas (ou amados) da mesma forma por seus ídolos, como retribuição. É uma declaração de amor vazia, e que, por ser vazia, chega a manchar o verdadeiro significado da palavra "amor".

Quando você entende o poder da palavra "amor", você diz "eu te amo" como forma de entregar o seu coração a uma pessoa, e você só diz isso porque conhece a outra pessoa por inteiro. Ao dizer "eu te amo" para uma mãe ou para um pai, você está expressando a eles toda a sua gratidão por todos os anos de carinho, de dedicação, de entrega, para que você crescesse com dignidade e moral. Quando você diz "eu te amo" para alguém, você está permitindo que esta pessoa veja a sua alma, até porque você já consegue também vislumbrar a alma deste alguém. Não é uma expressão que deve ser dita ao sabor do vento; deve ser dita quando você SABE o que realmente está querendo dizer.

Infelizmente são poucas as vezes em que vemos isso acontecer, ultimamente.
As pessoas estão confundindo "amor" com "paixão", dizem "eu te amo" da mesma forma batida com que dizem "bom dia" e, ao mesmo tempo que declaram amar aquela pessoa, no outro dia já estão odiando-a, seja lá por qual motivo. Devemos nos policiar na quantidade de vezes que dizemos amar alguém, e para quais pessoas estamos dizendo isso, afinal, tratar o amor, que é o sentimento mais completo e pleno que uma pessoa pode sentir, de uma forma frívola, é um desrespeito à própria pessoa que dizemos amar.

Bom dia.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pequenas Grandes Coisas

Um "bom dia" retribuído.
Um abraço mais longo e apertado que o normal.
Uma música que toca na rádio bem na hora em que você estava pensando nela.
Uma pessoa que vai te visitar no seu escritório de surpresa, só pra bater um papo.
Uma revoada de pássaros que cruza o céu enquanto você espera seu ônibus naquela rua barulhenta.

Em quê essas coisas fazem sentido?

Para muitos, a vida é por demais corrida.
As pessoas acordam cedo, correm pro trabalho ou para a escola, se deparam com uma pilha de assuntos importantes para resolver ou matérias para estudar, se encontram rodeadas de pessoas interessantes ou simpáticas, fúteis ou ignorantes, e são obrigadas a conviver com elas, daí chega o fim do expediente e as pessoas finalmente podem voltar para casa, mas não sem antes enfrentarem o trânsito cada vez mais caótico das cidades grandes, onde os engarrafamentos se tornam uma surpresa quando NÃO acontecem, e com isso estas pessoas que chegariam em casa às 20hrs, acabam por chegar às 22hrs, totalmente estressadas e sem paciência de jantar à mesa com suas famílias, sendo que muitas vezes elas ainda têm que lidar com os seus filhos pequenos e mimados, ou que são aborresc.. err, adolescentes, que brigaram com a namorada ou que querem se rebelar por qualquer motivo (isso quando os problemas não envolvem drogas e bebidas), não restando então para estas pessoas alívio maior que enfiar a cabeça no travesseiro, de certo já na madrugada, para que no outro dia todo esse turbilhão de caos talvez volte a atormentá-las.

Ufa!
A vida realmente pode ser um inferno, mas todos os dias a vida, estando ou não nesse ritmo acelerado, nos dá a chance de, pelo menos por um breve momento, saírmos desse amontoado de perturbações, ou até mesmo de um marasmo incurável. Ela nos dá essa chance por meio das pequenas coisas, dos pequenos gestos, dos pequenos detalhes. Às vezes você sai pra almoçar com um amigo, e lamenta o fato de não poder ir em um evento pago do fim de semana, por falta de dinheiro. Daí o assunto muda, vocês voltam pro trabalho, passam em frente àquela banca de revistas que vende os ingressos pro tal evento, e qual não é a sua surpresa quando seu amigo para na banca e compra os ingressos pra você, dessa forma inesperada mesmo, sem pedir nada em troca?! O dia continua, o céu ganha tons de cinza escuro, cai um temporal daqueles, a rotina no trabalho suga todas as suas forças e, bem no fim da tarde, quando você se prepara para ir embora, já com o guarda-chuva em mãos, cabisbaixo, a chuva para, o sol volta a reinar absoluto (mesmo fraco) no céu azul que se abre, e o arco-íris também faz questão de aparecer!

São pequenas coisas que, quando devidamente percebidas por nós, têm o poder de fazer o tempo parar, por breves segundos, ou até mesmo por minutos. São detalhes e gestos que, por serem tão surpreendentes, nos dão a chance de olharmos pra vida com outro olhar, um olhar mais generoso, mais tenro. São momentos que, quando apreciados por nós, têm o poder de, inclusive, suavizar o efeito do turbilhão de caos que pode insistir em nos derrubar, até porque, quando olhamos pra vida com um olhar mais suave e otimista, temos mais capacidade de resolver até o pior dos nossos problemas. E é aí que percebemos em quê estas pequenas coisas fazem sentido.

Eu sou um verdadeiro admirador destes pequenos detalhes. Triste daquele que não os aprecia.
Nunca é tarde para adotar este hábito. Passe a observar também estes pequenos grandes gestos, no seu dia-a-dia, e passe a perceber como, mesmo com todos os problemas, vale a pena sim, curtir a vida.

Afinal, "como não ser feliz, quando se atenta às pequenas coisas da vida?" ;)

domingo, 25 de julho de 2010

Infância - Video Games

Primeiramente, quero agradecer a todos que estão dando uma força a este blog, acessando, comentando, ou acessando e se desapontando. Muito obrigado! Continuo a contar com a força de vocês! Por favor, leiam os textos até o final, e compartilhem com este espaço as suas memórias e experiências, em forma de comentário. Eu ficaria muito grato =)



-- Este é o primeiro de uma série de textos com a temática "infância". Eles não serão consecutivos, mas, através do título, será fácil de identificar quando eu voltar a tratar deste tema. --

Uma sexta-feira qualquer. Ano de 1996.
Como toda criança de 10 anos, saio do colégio com aquela expectativa: chegou o fim de semana! Não era uma expectativa do tipo: "ah chegou o fim de semana, vou sair, vou na festa tal, vou ficar com aquela menina..." não, nada disso. Na minha cabeça eu pensava assim: "chegou o fim de semana, VOU JOGAR VIDEO GAME!" Só isso, simples. Quer dizer, nem tão simples. Minha mãe escondia meu video game quando eu era pequeno (só o console; cabos e controles não), pra que eu não desviasse minha atenção dos estudos, e só liberava o aparelho nas férias, portanto, toda essa euforia durava meros segundos. Algo do tipo: "chegou o fim de semana, VOU JOGAR VID.. ah é, minha mãe guardou o Super Nintendo..." Só me restava então brincar de outras coisas; jogar Mario e Donkey Kong, no fim de semana inteiro, nem pensar.

A "mágica" acontecia quando minha mãe tinha algum compromisso marcado, e me deixava sozinho em casa.

Bastava eu ouvir o barulho do portão sendo fechado, pra correr pro quarto dela, a procura do Super Nintendo. "Ahh agora que minha mãe saiu eu posso jogar um pouquinho, se eu achar o video game! Até ela chegar e entrar em casa eu já o guardei de novo e ela nem vai perceber hihihi!" (tá.. eu não ria assim). O mais bacana era que minha mãe sempre escondia o video game no lugar mais óbvio do guarda-roupa dela, logo, eu sempre o encontrava e, pelo menos na tarde de sexta, a jogatina era garantida! Provavelmente eu nunca me empolguei tanto jogando video game como nesta época, e o bom é que minha mãe raramente me dava bronca por essas travessuras. Eu acabava passando alguns fins de semana inteiros jogando (pra depois ela esconder o aparelho de novo no lugar óbvio, daí eu o encontrava novamente no fim de semana seguinte e por aí vai).

Se tem uma coisa que marcou MESMO a minha infância, foram os video games. O que eu conto aqui não representa nem 1% das minhas memórias.

Comecei a jogar muito novo, com uns 4 anos, depois de ganhar de presente do meu pai um clone do Nintendinho, com alguns cartuchos. Nesta época eu não tinha muita noção das coisas, então eu saía jogando tudo o que tinha pela frente, de qualquer jeito, sozinho ou com meu primo (quer ver? http://www.youtube.com/watch?v=1FZZAXu-2ws). Depois que ganhei o Super Nintendo, já com 9 anos, é que passei a aproveitar da melhor forma possível tudo o que o video game proporcionava, sabendo escolher melhor os jogos que eu queria e trocando jogos com amigos. É claro que eu também curtia outras coisas, como brincar na rua ou ver desenhos na TV, mas jogar video game já era uma paixão, principalmente nas férias, onde eu e meu primo jogávamos durante horas e horas seguidas os mais variados jogos (Super Mario Bros., Mario Kart, Contra 3, Donkey Kong, F-Zero, Megaman, Super Street Fighter 2... xii, a lista é muito grande!).

A lista dos jogos que eu jogava é enorme, mas é claro que eu não tinha todos eles, nem meus amigos. Devido a isso, éramos presença constante nas locadoras daqui do bairro, na busca daquele jogo "que vimos o fulano jogar" ou "que o ciclano não quis nos emprestar", e como tínhamos que entregar o cartucho dias depois da locação, nós aproveitávamos o jogo ao máximo nesse curto espaço de tempo, e isso era bastante recompensador. É, sem dúvida, um registro muito bacana da minha infância, e que a gente não vê mais acontecendo nos dias de hoje, dada a facilidade com que as crianças adquirem jogos, seja pela internet ou pirateados.

Enfim, as lembranças são muitas heh.
O fato é que eu jogo video games até hoje e acredito que nunca vou deixar de jogar. Tenho um XBox 360, almejo um Playstation 3, e curto demais jogos com gráficos em alta definição, com temáticas adultas e etc., porém, sou apaixonado por esses jogos clássicos que eu jogava quando era moleque, e nada vai apagar todas as memórias que tenho da época em que eu realmente CURTIA os video games, da forma mais simples e prazeirosa possível. Inclusive, tenho planos de adquirir um Nintendinho, meu Super Nintendo está na ativa até hoje, e no meu Playstation Portable, o que eu mais jogo são emuladores dos jogos antigos!

Fico pensando se as crianças de hoje, frente à tantas facilidades e opções, aproveitam a infância tanto quanto nós aproveitávamos. Eu, com segurança posso dizer que fui uma criança que aproveitou esta época da melhor forma possível, e os video games ajudaram a construir esta história.

Sorte minha!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Por quê?

Cof cof cof.. tosse chata u.u

Por que uma pessoa cria um blog?
Já faz um tempo que eu sinto vontade de criar um blog, um espaço para dividir minhas ideias com, sei lá, o mundo todo (ou pelo menos com o mundo todo que fala Português). Acredito que, em um blog, conseguimos transmitir aquilo que realmente queremos, na magnitude que quisermos, algo que não acontece por exemplo no Twitter, com seus limitados caracteres (vale ressaltar, porém, que gosto muito da proposta do site).

"Beleza Joe, você acaba de responder à pergunta feita por você mesmo."

Então faço outra pergunta: por que as pessoas gostam tanto assim de dividir suas ideias com outras pessoas?
Eu mesmo, estou criando este blog tendo a certeza de que provavelmente só uma meia dúzia de pessoas vai ler o que eu estou escrevendo. Dessa meia dúzia de pessoas, umas duas devem comentar algo no final do texto. Ou seja, pode até ser que eu esteja dividindo minhas ideias com os outros, mas se o alcance disso é curto, qual é o propósito? A verdade é que o simples fato de expor ideias, pensamentos e ideais, já se configura como uma proposta interessante. Não importa muito se uma grande quantidade de pessoas vai ler meus textos (mentira.. importa sim, e eu espero que este blog seja bem frequentado no futuro), mas o fato de ter um espaço pra despejar tudo aquilo que perturba ou polui ou massageia ou exercita sua mente é algo bastante agradável.

"Que esperto Joe. Respondeu de novo sua própria pergunta."

Então por que é tão agradável?
Por que é tão agradável sair digitando tudo aquilo que surge na sua mente, em forma de texto, em uma "folha" em branco? Por que o simples fato de escrever faz tão bem? Na escola, é natural você ter preguiça de copiar aquela matéria chata que o professor está passando no quadro negro (branco, sei lá), mas ao escrever uma carta para um amigo ou para a namorada (que pena se você acha isso cafona..), ao escrever uma história bolada por você, ou ao simples fato de escrever "qualquer coisa sobre sua quarta-feira" em um blog, a sensação que se tem é que você tem o controle sobre seus pensamentos, sobre aquilo em que você acredita. É a pura e simples sensação de prazer, de satisfação em fazer algo. É uma sensação disfarçada (ou não) de liberdade, e, sejamos sinceros, se sentir livre é um dos maiores prazeres do ser humano.

"u.u de novo..."

É eu sei, parece simples explicar os motivos que fazem uma pessoa divulgar suas ideias, seja em um blog, Fotolog, Twitter, nos vlogs.. a exposição de ideias remonta os tempos antigos, onde, inclusive, pessoas eram julgadas, torturadas e até mortas por revelar e defender um pensamento (... tempos antigos?), mas, mais fascinante que o desejo por dividir ideias, é o desejo por compartilhar dessas ideias. Tão bacana quanto dividir um pensamento, uma opinião, é ter acesso a opinião de outra pessoa e ver que esta opinião bate com a nossa, se amolda ao nosso jeito de pensar, de ser. Tão curioso quanto falar sobre determinado assunto é ter a curiosidade de saber o que o outro pensa, no que o outro acredita, e a partir daí nos tornamos defensores ferrenhos daquela pessoa que defende justamente aquilo que você também defende e sabe-se lá quais outras atitudes mais uma pessoa pode tomar por acreditar que aquilo que o outro pensa é o certo. Em resumo, tão fascinante quanto dividir ideias, como eu já disse, é o fato de que nós podemos também compartilhar de outras ideias.

E aí eu deixo a bola pra vocês: por quê?

[beijos, em especial, para a Dana. ;** ]